Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” – O Caso que Denunciou o Machismo Estrutural do Brasil
A HBO Max transforma o aclamado podcast “Praia dos Ossos” em uma minissérie dramática sobre o crime que chocou o país e expôs a violência de gênero.
A história de Ângela Diniz é mais do que um trágico assassinato de uma socialite em 1976. É um estudo de caso sobre o machismo estrutural, a hipocrisia social e a luta pela liberdade feminina no Brasil. Em Novembro de 2025, a HBO Max traz essa narrativa à vida na minissérie “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, uma produção que promete ser tão intensa quanto necessária.

Baseada no sucesso do podcast “Praia dos Ossos” da Rádio Novelo, a série revisita um dos crimes mais emblemáticos da história recente brasileira: o assassinato de Ângela por seu então companheiro, Doca Street, em Búzios.
Um Elenco de Peso e Direção Acertada
Com direção de Andrucha Waddington, a produção conta com um elenco de peso para dar vida a essa história complexa:
- Marjorie Estiano assume o papel de Ângela Diniz, a “Pantera de Minas”, cuja busca por liberdade e independência foi brutalmente interrompida.
- Emílio Dantas interpreta Doca Street, o assassino cujo julgamento se tornou um circo midiático.
- O elenco se completa com nomes como Antônio Fagundes (no papel do advogado de defesa), Thiago Lacerda e Camila Márdila.
Por Que Assistir: Julgamento e a Tese da “Legítima Defesa da Honra”
O grande foco da minissérie está no julgamento controverso que se seguiu ao crime. Doca Street assumiu a autoria do assassinato e, em sua defesa, utilizou a famigerada tese da “legítima defesa da honra”.
A “legítima defesa da honra” é um artifício jurídico extremamente machista que historicamente era usado para absolver feminicidas, transferindo a culpa do assassinato para a própria vítima. O caso Ângela Diniz se tornou um símbolo dessa injustiça. O assassino foi, inicialmente, condenado a uma pena branda, o que levou a um clamor popular e ao surgimento do movimento “Quem ama não mata”.
Marjorie Estiano falou sobre interpretar Ângela Diniz na série da HBO, destacando como a personagem representa a busca pela liberdade feminina e o prazer, algo raro em narrativas, e como isso a ajudou a enxergar o machismo em si mesma e na sociedade, conectando a luta de Ângela com a realidade atual e a importância do feminismo para as conquistas das mulheres. Ela descreve Ângela como complexa, nem heroína nem anti-heroína, mas uma mulher que se permitia viver intensamente, transar, beber e ser livre, o que foi um grande aprendizado e um desafio para a atriz.
A série expõe a crueldade dessa tese que, chocantemente, só foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, quase 50 anos depois do crime. Essa decisão histórica é o ponto final legal de uma discussão iniciada com o assassinato de Ângela Diniz, mostrando como a produção da HBO Max é essencial para entender a luta pela justiça e o fim da impunidade em casos de violência contra a mulher.
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