Oligarquia : Panda Reis fala sobre a banda e a cena underground

A banda paulista Oligarquia é uma das mais respeitadas do cenário underground brasileiro. Com mais de 30 anos de estrada, o grupo segue firme na defesa do Death Metal tradicional, sem se render às tendências da moda.
Nesta entrevista exclusiva, o baterista Panda Reis fala sobre a história da banda, os desafios do underground e a importância de manter a autenticidade.

NoiseRed- Olá Panda , muito obrigado por nos conceder essa entrevista,  Como foi a formação da banda?

Panda Reis – Salve irmão eu que devo agradecer pelo espaço. A banda foi formada lá no início dos anos noventa e desde o início já começamos a tocar death metal old School. Tivemos diversas formações desde as época das demo tape, mas nunca mudamos o estilo da banda, e sempre priorizamos a amizade para estar na banda, acho que esse é um dos principais motivos para a banda estar há mais de 30 anos na cena underground.

NoiseRed- Quais são as principais influências musicais da Oligarquia?
Panda Reis – As principais são bandas do death metal, grind e hard core, isso no som da banda, já liricamente e ideologicamente são diversas. Bandas nacionais foram as primeiras a nos influenciar, mas claro que as gringas nos influenciaram fortemente, mas isso só em um segundo momento.

NoiseRed- A banda foi formada em 1992 e como a banda tem se mantido ativa por mais de 30 anos?
Panda Reis- Como disse antes, o motivo principal é a amizade, mas o som e nossa ideologia social/política, é outro fator importante, não dá pra tocar com quem pensa muito diferente de você ou não enxerga o mesmo direcionamento da banda.

NoiseRed- Quais são os principais desafios e conquistas da banda ao longo de todo esse tempo ?
Panda Reis – Pela longevidade da banda os desafios mudaram ao longo dos anos, falta de grana, de apoio, quando não se leva a banda de maneira profissional ( emprego ), os desafios e descrições são menores, já as conquistas, é estarmos ainda vivos e tocando depois de tantos anos, tanta merdas feitas e consumidas rsrs

NoiseRed – Como a Oligarquia e você vê a cena do Death Metal no Brasil atualmente?
Panda Reis – Eu posso falar por mim irmão, e não pela banda toda, no meu caso a cena assim como todas as demais do underground continua fervente, sempre foi assim, desde que me envolvi nela, lá nos anos oitenta, sempre existiram as melhores e mais sinceras bandas, e no death metal tem uma peculiaridade, tendo em vista que não temos bandas do estilo no mainstream , o que muda de uma geração para a outra seria mais mesmo a tecnologia, e no nossa caso, brasileiros, estamos a mercê da situação econômica, que define muitas coisas em uma cena de um País que já é foda sobreviver …

NoiseRed- Quais são as principais dificuldades que as bandas de Death Metal enfrentam no Brasil?
Panda Reis – Falta de apoio ( me refiro as todas as formas, seja dinheiro, espaços para shows, imprensa honesta, público físico etc. ) e talvez uma diversidade maior dos produtores de show e festivais, o que não deixa de se encaixar na já citado falta de apoio.

NoiseRed- Quais são as principais mudanças que a banda viu na cena ao longo dos anos?
Panda Reis – A mudanças tecnológicas, e um certa renovação de público, e um pré -conceito menor ao estilo, principalmente em espaços ante fechados para nosso estilo.

NoiseRed – O que a banda espera para o futuro da cena do Death Metal no Brasil?
Panda Reis – Evolução em todos os sentidos e para todos os lados, e isso já me parece estar acontecendo.

NoiseRed – Como a Oligarquia descreve seu som e se vocês a consideram uma banda política também?
Panda Reis – Somos uma banda de death metal tradicional e extremamente política sim, na postura e nas letras já nascemos assim e continuaremos extremamente radicais nessa questão ideológicas.

NoiseRed –Quais são as principais mensagens políticas que a banda quer transmitir em suas músicas?
Panda Reis – A resposta mais completa ficaria muito longa para uma entrevista referente a banda, mas a grosso modo, somos um banda libertária, antifascista, que estamos sempre do lado pobre/proletário , das minorias e anticapitalista, algo que em uma visão legalista, poderíamos ser catalogados como extrema esquerda, mas somos muito mais que isso, nossa visão de mundo é bem mais complexa que termos impostos.

NoiseRed – O último disco da banda foi o Monopoly of Violence lançado em 2020 e em 2021 foi lançado o single Capitã Cloroquina,a banda já está em processo de lançamento de algum material?
Panda Reis – De lançamento não, estamos começando as composições das músicas e letras, acho que se tudo der certo, começaremos a gravar ainda esse ano. Lançamos no ano passado ( 2023 ), o disco Ao Vivo no Inferno, que como o nome já diz foi gravado em um show que fizemos em um Pub que tinha o nome de Inferno, acho que em um show a quase sete anos atrás, então não estamos com pressa de lançar um novo material.

NoiseRed- A banda possui merchandising? Venda de camisetas, patchs, bottons, adesivos e CDs? Se sim, como a galera pode encomendar e assim fortalecer ainda mais a caminhada da banda pelo underground
Panda Reis – Eis um ponto que somos muito falhos … Temos apenas camisetas e o cd Monopoly of Violence, que já está no final de sua prensagem, e em breve ficará assim como os discos anteriores, fora de catálogo, mas todos os nossos discos, desde a primeira demo tape de 1995, até o Ao Vivo no Inferno de 2023, estão em formato digital, em todas as plataformas.

NoiseRed– Referente a apresentação ao vivo, como os produtores de eventos podem contratar o show de vocês e com quem eles falam?
Panda Reis – Isso é importante rsrs basta mandar um e-mail para : pandadrums@hotmail.com ou fazer contato pelas redes sociais da banda : @oligarquiadeath / @oligarquia_death

NoiseRed– Indiquem algumas bandas, pelo menos três bandas que vocês curtam ou estejam curtindo nesse momento:.
Panda Reis – Como você deixou claro que é nesse momento, vou citar o Chaoslace, Tumbero e o Harmony Death

NoiseRed– Obrigado galera por nos conceder essa pequena entrevista, o espaço final é de vocês, mandem um recado pra galera aí:
Panda Reis – Eu que tenho que agradecer irmão, obrigado pela oportunidade e espaço cedido para a banda, o recado é que vocês RESISTAM PARA EXISTIR.
A gente se vê por aí em algum buraco do underground.

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