21 de novembro de 2024

Direto do Alto José do Pinho no Recife: PEXERA HC apresenta suas credenciais com primeiro álbum.

Pexera HC por Paulo Braytner

Nascida em 2022 no Alto José do Pinho, apesar de estar começando os seus trabalhos, o trio PEXERA HC tem em seus componentes a história do hardcore recifense nas veias, fazendo lembrar as antigas e clássicas bandas anteriores na história de seus integrantes, como: Every Day, Armas da Verdade e Como Desistir?. Em suas letras, que refletem o cotidiano da periferia das cidades, o trio tenta com uma feroz indignação mostrar sem máscaras as dificuldades e o cotidiano dos subúrbios, exportando com classe e às vezes com acidez o seu antifascismo e se posicionando sempre contra toda a forma de preconceito.

Com 7 faixas, o primeiro álbum da banda chamado “Pexera”, mistura elementos de punk, hardcore, crossover, melódico, grind, metal, tudo isso com muita agressividade e poesia! Em suas letras, feitas pelo vocalista Erison Silva, a memória de um governo negligente e fascista, que durante 4 anos atacou de todas as maneiras a população e segue vivo ainda hoje. Sobre a necessidade de continuar batendo no tema “Para que nunca seja esquecido, tem aquele ditado que diz que brasileiro tem a memória curta, pois é estamos aqui pra lembrar a todos que tivemos um governo irresponsável, deixa de falar disso é passar pano pra fascista”, comenta o vocalista. “As composições foram todas feitas no meu quarto, num calor da miséria. Depois de um ano de ensaios, resolvemos gravar no estúdio O Palco”, complementa Erison.

Para além de relembrar as barbaridades do governo anterior em faixas como  “Caça Aos Homens de Bem”, “Presidente” e “Ladrão”, que conta com a participação de Beto Nunes, vocalista da banda pernambucana Saga HC. O trabalho também relembra nomes importantes da nossa história política social como Mariele Franco e Marighella, além de olhar para o futuro de forma positiva e sempre combativa para toda forma de preconceito. Tudo com agressividade, mas sem perder um pouco da ironia e sempre mantendo a poesia como arma. “Influencias diretas de hardcore crossover, misturando com punk, hc melódico, grind e metal. Nos solos simples de guitarra dá pra sentir bastante a influência do Sepultura e do Ratos de Porão”, comenta o vocalista e guitarrista.

Além do som, o trio também faz parte do coletivo Fervo, que vem movimentando culturalmente bairros como o Alto José do Pinho e a Mangabeira, na zona norte do Recife. Junto com o espaço Poesis, vem realizando eventos de formação social, além de shows, sarau de poesia, tudo voltado para o enriquecimento da comunidade. O álbum termina com a poesia “O Oco”, de Jailson de Oliveira, professor, ator e criador do Poesis. Grupo/Movimento com mais de 30 anos de atividades na luta política pela comunidade, sempre agindo através da arte, como o teatro, a dança e a poesia.

A Pexera HC tem como iniciativa levar junto a poesia da periferia de onde vive. Esperamos que isso seja feito em todo novo disco que lançamos”, comenta Magno Fox, baixista do trio. O álbum foi gravado entre o final de 2022 e início de 2023 no estúdio O Palco, por Daniel Farias, técnico do espaço com cerca de 30 anos de experiência. A capa foi feita por Victor Max, que além de baterista da Pexera, também é artista plástico. O lançamento é do selo digital do Hominis Canidae, com distribuição da Tratore.

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Fonte: Hominis Dissemina

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