Violência Contra Mulheres: A Ascensão Machista Online e a Urgência da Criminalização

A cada dia, o Brasil se depara com estatísticas alarmantes que pintam um cenário sombrio para as mulheres: a violência de gênero não cede, e o feminicídio continua a ser uma chaga em nossa sociedade. No entanto, o que torna esse panorama ainda mais inquietante é o crescimento assustador de movimentos online que não apenas propagam o ódio e a misoginia, mas também parecem catalisar crimes que antes eram vistos como exceções. Estamos falando de pseudo-movimentos como Redpill e Incels, que, sob o véu da internet, ganham força e adeptos, tornando-se perigosos incubadores de violência.

A internet, que deveria ser um espaço de conexão e troca, tem sido pervertida por essas ideologias. O “Redpill”, com sua retórica de “despertar” para uma suposta realidade de dominação feminina e desvalorização masculina, e os “Incels” (celibatário involuntário), com seu ódio profundo a mulheres e homens sexualmente ativos, semeiam um terreno fértil para a desumanização do feminino. Essa desumanização é o primeiro passo para a justificação da violência, da agressão e, em seu ponto mais extremo, do assassinato.


Casos que Chocam e Revelam a Urgência

A necessidade de uma resposta contundente se faz cada vez mais premente diante de casos que estampam os noticiários. Recentemente, o “influenciador” Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari“, mais uma vez se viu envolvido em uma denúncia grave: o espancamento de sua namorada após a recusa de relações sexuais (ESTUPRO). Não se trata apenas de agressão física; trata-se de tentativa de estupro, de uma violação da autonomia e da integridade da mulher, que, lamentavelmente, ainda não resultou na devida punição para o agressor.

Outro caso brutal que chocou o país foi o de um homem que atropelou e arrastou uma mulher por quilômetros, resultando na amputação de suas pernas. A frieza e a crueldade desses atos são um espelho distorcido de uma cultura que, em vez de proteger, silencia e vitimiza as mulheres.

Criminalizar para Proteger

Diante desse cenário, a pergunta que ecoa é: o que devemos esperar? Mais mulheres morrerem? Mais vidas destruídas, mais famílias em luto? A resposta, para o NoiseRed – Underground Manifesto, é um sonoro NÃO. É urgente e necessário que a sociedade e o poder público reconheçam a gravidade desses pseudo-movimentos online e a influência direta que exercem sobre a violência de gênero.

Propomos a criminalização desses grupos. Não se trata de cercear a liberdade de expressão, mas de combater o discurso de ódio que incita a violência e que já ceifou e mutilou tantas vidas. A incitação ao feminicídio, a apologia à misoginia e a criação de ambientes digitais que encorajam a agressão contra mulheres não podem mais ser toleradas. É hora de equiparar esses discursos ao que eles realmente são: crimes que atentam contra a vida e a dignidade humana.

A legislação precisa avançar para acompanhar a velocidade com que o ódio se propaga na internet. A impunidade para agressores e para aqueles que os incentivam é um sinal verde para que a violência continue. É dever do Estado e de cada indivíduo da sociedade lutar para que as mulheres possam viver livres do medo, da opressão e da barbárie machista que, infelizmente, parece ressurgir com nova roupagem nas redes sociais.

Não há mais tempo para hesitação. A vida das mulheres está em jogo.

“Se você ou alguém que você conhece está sofrendo violência, não se cale. A denúncia é o primeiro passo para a quebra do ciclo da violência e para a garantia de justiça. Abaixo, listamos os principais canais de apoio e denúncia, que devem ser usados com sigilo e segurança.”

Canais Essenciais de Denúncia e Apoio

Denúncia e Emergência (Sigilo Garantido)

  • Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher):
    • Principal canal para registrar denúncias de todas as formas de violência contra a mulher.
    • Funciona 24 horas por dia, em todos os dias da semana.
    • O serviço registra a denúncia e a encaminha aos órgãos competentes (Polícia Civil, Ministério Público, Defensoria Pública).
  • Ligue 190 (Polícia Militar):
    • Para situações de emergência em que a vida está em risco ou a violência está ocorrendo no momento. A viatura deve ser acionada imediatamente.

Delegacias Especializadas

  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs):
    • São unidades da Polícia Civil responsáveis por acolher e investigar crimes de violência contra mulheres (física, sexual, moral, psicológica e patrimonial).
    • Importante: Mesmo onde não houver uma DEAM, a denúncia deve ser feita em qualquer delegacia comum. A lei garante o atendimento.
    • Você pode sugerir aos leitores que pesquisem o endereço da DEAM mais próxima em seu município.
  • Boletim de Ocorrência Online:
    • Em muitos estados, é possível registrar a denúncia de alguns tipos de crimes (ameaças, calúnia, difamação) pela internet. Verifique o site da Polícia Civil do seu estado.

Apoio Psicológico e Jurídico

  • Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs):
    • Oferecem acolhimento, acompanhamento psicossocial e orientação jurídica gratuita para mulheres em situação de violência.
    • São essenciais para a recuperação da vítima.
    • Sugira aos leitores que busquem “CRAM” e o nome de sua cidade para encontrar a unidade mais próxima.

Defensoria Pública:

Canais de Denúncia e Apoio Imediato

Estes são os contatos e links oficiais que a vítima ou testemunha pode acionar de forma imediata e sigilosa:

ServiçoContato / LinkFunção Principal
Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher)Telefone: 180Recebe denúncias, reclamações e sugestões, e as encaminha aos órgãos de segurança pública. Funciona 24h, todos os dias.
Ligue 180 (WhatsApp)(61) 9610-0180Atendimento via chat para denúncias e informações (Pagu – atendente virtual e humana).
Polícia Militar (Emergência)Telefone: 190Para situações de emergência ou violência ocorrendo no momento. A viatura é acionada imediatamente.
Delegacias Especializadas (DEAM)Procure o endereço da DEAM mais próxima em seu município.Acolhimento e investigação de crimes de violência contra a mulher. Qualquer delegacia é obrigada a atender.
Justiceirashttps://www.justiceiras.org.br/Força-tarefa que oferece orientação jurídica, psicológica e socioassistencial gratuita e online para mulheres em situação de violência.
Ouvidoria da Mulher (CNMP)WhatsApp: (61) 3366-9229Canal do Ministério Público para recebimento de denúncias relacionadas à violência e violação dos direitos das mulheres.
Centros de Referência (CRAMs)Procure o CRAM de sua cidade.Oferece acolhimento e acompanhamento psicossocial e jurídico para a vítima.
  • Oferece assistência jurídica gratuita para mulheres que não podem pagar um advogado, garantindo o acesso à Justiça, a pedidos de Medidas Protetivas de Urgência e o acompanhamento de processos.

Aplicativos e Canais Digitais

  • Aplicativos de Denúncia: Muitos estados e municípios possuem aplicativos próprios (ex: “Juntas”, “SOS Mulher”) que permitem registrar denúncias, solicitar medidas protetivas ou acionar a polícia de forma discreta.
  • Disque Direitos Humanos (Disque 100): Para denúncias de violações de direitos humanos em geral, incluindo violência contra mulheres, especialmente útil para denúncias anônimas de forma mais abrangente.

Movimentos Feministas de Esquerda e Plataformas de Luta

Para fomentar o debate e mostrar onde a resistência se organiza, é importante listar grupos que articulam a luta contra o machismo com as pautas sociais e de classe:

Movimentos e Setoriais Partidárias

Estes grupos atuam na base, na política institucional e na formação de um feminismo classista e interseccional:

  • Setoriais de Mulheres de Partidos de Esquerda: Busque as setoriais de partidos como PT, PSOL e PCdoB em seu estado, pois elas são centros de articulação política feminista com forte base teórica e de ativismo.
    • Exemplo: Bancada Feminista do PSOL (Atuação na política institucional, mas com forte base ativista).
  • Movimento de Mulheres Camponesas (MMC): Foco na luta das mulheres do campo, pela terra e contra a violência no meio rural.
  • União Brasileira de Mulheres (UBM): Organização nacional que articula a luta feminista e a defesa dos direitos das mulheres sob uma perspectiva de esquerda e popular.
  • Marcha Mundial das Mulheres (MMM): Articulação feminista internacional que organiza ações globais com um olhar anti-capitalista e anti-patriarcal.

Plataformas de Ativismo e Mídia Negra/Interseccional

Estes veículos e coletivos são essenciais na produção de conteúdo e no enfrentamento ao machismo e racismo online, promovendo o feminismo negro e interseccional:

  • Blogueiras Negras: Coletivo fundamental na produção de conteúdo e debate sobre a identidade, os direitos e a resistência da mulher negra no Brasil.
  • Think Olga: ONG e plataforma de comunicação que produz dados, reportagens e campanhas sobre os direitos das mulheres e combate à violência.
  • Revista Capitolina / Lado M: Plataformas de mídia progressista que abordam temas feministas para um público jovem, discutindo tabus e empoderamento.

Links Relacionados:
https://siteladom.com.br/
https://www.instagram.com/think.olga/
https://www.instagram.com/revistacapitolina/
https://blogueirasnegras.org/
https://marchamundialdasmulheres.org.br/
https://www.instagram.com/ubmbrasil/
https://mmcbrasil.org/
https://www.instagram.com/bancadafeministapsol/
https://pt.org.br/secretarias-e-setoriais/mulheres


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Agente secreto URSAL a serviço no Brasil , curtidor de Músicas Subversivas e um tanto extremas e degustador de cerveja !

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