20 de outubro de 2025

Accept: a ascensão e queda da formação clássica após a reunião com Udo Dirkschneider em 2005

Foto: Reprodução

Após o fracasso dos álbuns Death Row Predator, em meados dos anos 1990, a lenda do metal alemão Accept chegava ao auge de seus problemas internos. O vocalista Udo Dirkschneider discordava do rumo que o guitarrista Wolf Hoffmann e o baixista Peter Baltes queriam tomar, enquanto o guitarrista Stefan Kauffman assistia perplexo às brigas. A decisão foi de pendurar as chuteiras.

Udo e Stefan se juntaram no projeto U.D.O. e uma reunião parecia totalmente fora do horizonte: Stefan descartava por não acreditar na capacidade de lançar álbuns do nível dos primeiros da banda e não concordar com se juntar com os antigos colegas apenas por razões comerciais. “Um encontro agora seria uma grande mentira e simplesmente iria destruir todo o legado do Accept. Death Row e Predator nunca deveriam ter sido gravados”, opinava.

Conforme narrado pelo renomado biógrafo Martin Popoff no livro Metal Heart – A História do Accept, cuja versão em português foi lançada pela editora Estética Torta, as coisas mudaram de figura a partir da intervenção da revista alemã Rock Hard, que insistiu para que o grupo tocasse no festival em celebração aos vinte anos da publicação.

Segundo Wolf Hoffman, as coisas não deram certo de início, mas tudo se ajeitou em 2005:  “eles começaram a revista quando o Accept começou, e acho que fomos a primeira matéria de capa deles. Conversamos com isso sobre Udo, mas ele disse que sua banda era prioridade sobre o Accept, então não deu certo. Porém, felizmente, neste ano deu certo”.

Em entrevista a Marko Syrjala, da Metal Rules, no outono de 2005, ainda era possível sentir um certo ressentimento do guitarrista em relação ao vocalista, que havia recusado não apenas se apresentar com a banda no festival da Rock Hard mas também no 25º aniversário do Wacken Open Air, alegando que seu trabalho era mais importante: “todo mundo nos queria lá, entramos em contato com Udo e ele recusou […], mesmo que só toque algumas vezes em clubes para poucas centenas de pessoas”.

Mesmo que a reunião não envolvesse todos os membros da formação original, todos que embarcaram no projeto tinham uma grande bagagem com a banda: Udo nos vocais, Hoffman e Herman Frank nas guitarras, Baltes no baixo e Stefan Schwarzmann na bateria. Segundo Hoffman, o repertório planejado era “bastante óbvio, mas também estamos pensando em tocar músicas que nunca tocamos. […] Não queremos fazer só o que é esperado”.

Os ensaios começaram logo no primeiro dia do ano e, por um tempo, as coisas funcionaram relativamente bem: “é realmente difícil chegar ao ponto de estarmos em cima do palco, por causa de todas as negociações e barganhas nos bastidores. Pra dizer a verdade, é um pesadelo. Entretanto, quanto estamos no palco, tudo é bem tranquilo”, conta Hoffmann.

No entanto, o guitarrista estava pouco otimista em relação a um futuro possível para a banda: “gostaria que pudéssemos fazer isso a cada dez ou cinco anos. Mas isso é bem improvável, com a maneira como Udo se comporta e essas merdas. Ele está tornando tudo bem difícil pra nós. Estamos tentando o que podemos, mas somos sempre nós contra Udo”, conta.

O vocalista, por sua vez, afirma que percebia a cada show que gostava mais de estar com o U.D.O. do que com o Accept, chegando a se arrepender da decisão de participar da reunião. “Nos divertimos muito naquela turnê, falando sobre os velhos tempos e blá-blá-blá, mas não sei como explicar. É, a sensação não estava boa. […] Para mim, particularmente, foi difícil fazer aquilo tudo com o Accept. A razão pela qual eu disse sim foi porque queria descobrir se ainda havia alguma coisa. Mas, por mim — e só posso dizer por mim, não por Wolf ou por Peter —, não restou nada. Acho que esse foi o jeito perfeito de terminar o Accept”, explica.

Hoffman especula sobre os motivos pelos quais Udo não se interessou em manter a banda ativa depois da turnê: “ele tem sua própria banda, e acho que agora ele adora estar no controle e ser seu próprio chefe mais do qualquer coisa. Quase tivemos que implorar para que ele aceitasse. […] Nem você nem o resto do mundo entendem o porquê de ele dificultar tanto isso, não posso explicar, a não ser o fato de que odeia que sejamos muito mais bem-sucedidos, mesmo que ele fizesse parte disso. Talvez ser dono de 100% do U.D.O. seja melhor do que ter 25% de um todo”.

O vocalista retrucou: “ele (Hoffman) sabia que eu estava fazendo trabalhos com o U.D.O. e nosso álbum já estava a caminho, e sabia o que eu estava pensando o tempo todo. Da minha parte, não haveria reunião em nenhum momento, e ele sabia disso desde o início, e agora está mudando a história. […] Se ele quiser, ainda pode fazer o Accept, mas com outro vocalista”.

Dito e feito: em 2009, a formação que tocou na turnê de reunião recrutou o vocalista Mark Tornillo e deu sequência à história do Accept a partir do lançamento do álbum Blood of the Nations, de 2010. 

Para adquirir a biografia Metal Heart – A História do Accept, de 2021, que foi lançado no Brasil pela editora Estética Torta, acesse o seguinte link: https://esteticatorta.com.br/produtos/livro-metal-heart-a-historia-do-accept-capa-dura-trilateral-laranja/

Mais informações @esteticatorta e @acessomusic

Fonte: Acesso Music


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